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Jerusalém-Belém-Jerusalém

24-12-2016
A primeira parada do dia foi em Belém (ou Bethlehem), que fica na Cisjordânia. Belém significa carne, em árabe, e pão, em hebraico. O prefeito da cidade e a Ministra do Turismo são cristãos. Nosso guia não pôde entrar em Belém porque a cidade tem seus próprios guias. Por isso, 2 km antes de entrarmos na cidade trocamos de guia. A guia de Belém se chamava Amal, que significa esperança. Era muito simpática e nos explicou que o salário mínimo era US$400 (enquanto em Jerusalém é de US$1500). A cidade tem 35 quilômetros quadrados e 40 mil habitantes, dos quais apenas 1% é cristão. Como não há trabalho, depois de concluírem a universidade, os cristãos emigram, por isso, daqui a 10 anos possivelmente não haja mais cristãos na cidade onde nasceu Jesus. E isso acentuará ainda mais as perseguições de que os cristãos têm sido alvo. 
Em Belém, fomos visitar o Campo dos Pastores onde um anjo apareceu aos pastores para anunciar a boa nova: o nascimento dez Jesus, a 2 km dali, em uma gruta. O Campo foi comprado pela Ordem dos Franciscanos, em 1758. Nesse campo, há uma gruta com um pequeno altar e bancos talhados na pedra. Amal nos explicou a diferença entre gruta e cova: a gruta tem vários compartimentos. Já a cova tem dois pavimentos: o de cima para as pessoas e o de baixo para os animais. Há 2000 anos, não havia casas, por isso Jesus nasceu no fundo de uma gruta, onde, além de ser mais quente, havia mais privacidade para uma mulher prestes a dar à luz. Na gruta, cantamos uma música de Natal. Ainda no Campo dos Pastores, fomos à capela construída em 1954 pelo governo do Canadá. As janelas são redondas, com cristal azul-claro para que os reflexos da luz solar se assemelhem à aparição do anjo. Em seguida, paramos meia hora em uma loja de cristãos, na Rua da Natividade, para comprar souvenirs. Chegaram vários grupos de escoteiros (máximo de 33 grupos com, no máximo, 150 integrantes), para saudar o Patriarca que representa o Papa na Terra Santa. 

Altar na gruta do Campo dos Bastores, em Belém
Depois, fomos à igreja da Natividade construída onde nasceu Jesus, há 1700 anos. É a igreja mais antiga do mundo. Em 529 d.C., foi destruída pelos Samaritanos; em 614 d.C., os persas vieram destruí-la, mas, quando viram pinturas dos Reis Magos vestidos com roupas do oriente, desistiram de destruí-la. Como o Patriarca chegaria para assistir à Missa do Galo, a cidade estava lotada, e tivemos de esperar três horas em pé na fila para visitar a Gruta da Natividade. Soubemos que a Igreja Ortodoxa Grega comemora o Natal em 06/01, e a Igreja Ortodoxa Armênia, em 18/01. Devido ao número de visitantes, não pudemos entrar pela Porta da Humildade que é a entrada principal da igreja dentro da qual fica a gruta e que tem esse nome porque as pessoas precisam abaixar-se para passar por ela. Além disso, não pudemos fotografar a igreja que estava cheia de andaimes. Estava sendo restaurada pelos palestinos. Na gruta, vimos a estrela bizantina de quatorze pontas que representam o número de tribos de Israel até o nascimento de Jesus, e o local onde ficava a manjedoura que serviu de berço ao menino Jesus após seu nascimento. A Igreja da Natividade pertence à Ordem dos Franciscanos. A cruz rodeada por quatro cruzes menores, que hoje simboliza essa Ordem, era dos bizantinos e, depois, foi adotada pelos cruzados.
Depois de tantas horas de espera, a guia conseguiu que nosso grupo ficasse alguns minutos sozinho dentro da gruta, mas, com todos querendo fotografar ao mesmo tempo, as fotos ficaram péssimas. Ao se despedir, a guia Amal foi aplaudida, pois, não fosse por ela, o grupo não podido ficar ainda que alguns minutos sozinho na gruta.

Interior da Gruta da Natividade
Voltamos a Jerusalém com nosso guia original, pois já eram 14h15 e ainda havia vários passeios a fazer. O almoço foi no mesmo kibutz do dia anterior, e a comida estava ainda pior. Após o almoço, fomos à cidade antiga de Jerusalém. Entramos pela porta de Jaffa e fomos à Igreja do Santo Sepulcro construída sobre o Monte Calvário, ou Monte Gólgota, que significa caveira, onde Jesus foi despido, crucificado e, depois, lavado, enrolado em um lençol de linho e sepultado na tumba de José de Arimateia. A Igreja do Santo Sepulcro foi construída por Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, em 325 d.C.; foi destruída pelos persas, em 614 d.C.; foi reconstruída pelos cruzados, no século XI. À direita de quem entra há uma pequena escadaria onde Jesus foi despido antes de ser crucificado. A pedra sobre a qual foi erguida sua cruz fica sob o altar, e a pedra sobre a qual seu corpo foi lavado e envolto em um lençol de linho fica próxima à entrada da igreja. Para entrarmos no Santo Sepulcro, ficamos mais uma hora em pé na fila aguardando o final das missas dos Franciscanos e dos Ortodoxos Armênios, por ser véspera de Natal. 

Monte Calvário (ou Monte Gólgota) onde Jesus foi crucificado



Pedra sobre a qual o corpo de Jesus foi lavado e envolto em um lençol antes de ser sepultado no túmulo de José de Arimateia
Devido à demora em Belém, não fizemos o passeio por todos os pontos da Via Dolorosa. Saindo da Igreja do Santo Sepúlcro, fomos ao Muro das Lamentações colocar os bilhetes que troxéramos escritos do hotel, já que, por ser shabat, não podíamos escrevê-los em frente ao muro. O Muro das Lamentações é uma parte externa das muralhas construídas por Herodes, O Grande. O lado esquerdo é para os homens que precisam cobrir a cabeça com quipás ou chapéus antes de entrar; o lado direito é para as mulheres que não precisam cobrir suas cabeças com coisa alguma. Os judeus ortodoxos não trabalham, são sustentados pelo governo, recebendo de acordo com o número de filhos que têm, e se dedicam ao estudo da Torá. Os homens mantêm seus cabelos compridos porque é proibido cortar os cabelos ao redor do rosto. 

Lado esquerdo do Muro das Lamentações onde ficam os homens
Como decidimos não comprar o pacote que incluía ceia de Natal em um restaurante onde exibiriam a Missa do Galo por um telão, jantamos no próprio hotel em companhia de três moças de Barcelona com as quais fizemos amizade e, depois, fomos dormir.

Conhecendo Jerusalém


23-12-2016
Saída do hotel às 7h50. O grupo tornou-se maior, passando de 18 para 43 pessoas, por isso, perdemos muito tempo passando em hotéis antes de iniciarmos o tour. As muralhas de Jerusalém foram construídas pelo rei David, por Herodes, O Grande, e por um sultão turco, no século XVI. O Muro das Lamentações é a parte externa das muralhas construídas por Herodes. Durante sua vida, Jesus esteve três vezes em Jerusalém, onde acabou por ser crucificado. Avistamos o luxuoso Hotel Rei David onde ficam presidentes e chefes de Estado. Muitos hotéis têm Dan antes do nome. Dan é uma das doze tribos de Israel. Passamos ao lado de uma moderna ponte projetada pelo arquiteto Calatrava inspirara na árvore de David. Além de ser a capital de Israel, Jerusalém é a maior cidade do país, com 850 mil habitantes, e onde fica o Parlamento. Por uma lei de 1917, da época dos ingleses, as casas de Jerusalém devem ser construídas em pedra caliça, o que torna a cidade muito bonita. O custo de vida é alto: um apartamento de 90 metros quadrados custa US$1400 de aluguel, sem impostos, e o salário mínimo é de US$1500. Duas das seis universidades públicas de Israel estão em Jerusalém.
Do pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol de sábado, ocorre o shabat, período em que os judeus não podem nem sequer apertar os botões do elevador. Por isso, nos hotéis, há um elevador que para em todos os andares e, no café da manhã do sábado, não há comida quente (ex.: ovos mexidos), e o leite e o café são deixados em garrafas térmicas. Além disso, os fornos são deixados acesos desde o dia anterior, para não prejudicar os turistas. 
A primeira parada foi no Museu de Israel onde visitamos a maquete da Jerusalém da época de Jesus e os manuscritos do Mar Morto, guardados em uma sala cujo teto tem a forma da tampa do pote de cerâmica dentro do qual foram encontrados por um beduíno, no deserto que fica às margens do Mar Morto. Infelizmente, fotos não são permitidas nem sem flashes. Abaixo dos manuscritos, fica a sala com os Códigos de Allepo, de 930 d.C. O teto da sala dentro da qual se encontram os manuscritos é resfriada permanentes por chafarizes cuja função é preservar a umidade. 

Maquete da Jerusalém do tempo de Jesus


 
Teto da sala do Museu de Israel onde estão os manuscritos do Mar Morto. O teto foi construído no formato da tampa dos potes de barro dentro dos quais foram encontrados. Os chafarizes visam manter a umidade

Em seguida, fomos à Igreja da Visitação, parando antes da subida ao monte onde fica a Igreja na fonte d'água na qual a Virgem Maria e sua prima Isabel se abasteciam de água e possivelmente bebiam dela. Como a água não é potável, não se pode bebê-la. A Igreja da Visitação foi construída onde ficava a casa de Isabel, visitada pela Virgem Maria quando ambas estavam grávidas de João Batista e de Jesus, respectivamente. João Batista era apenas seis meses mais velho do que Jesus. Hoje, pertence à Ordem dos Franciscanos. No muro externo, a oração magnificant está escrita em vários idiomas, incluindo português. 

Fonte de água onde a Virgem Maria e sua prima Isabel iam buscar água
 
Na parte externa da Igreja da Visitação, estátuas representando o encontro de Maria, grávida de Jesus, e Isabel, grávia de João Batista.

A próxima parada foi no Museu do Holocausto cuja entrada é gratuita e onde fotos e mochilas não são permitidas. O Museu foi construído na forma da lâmina de uma faca, porque representa o corte  que o holocausto (tragédia) fez na vida dos judeus. O visitante precisa passar por todas as salas em zigue-zague para chegar à saída. E há banheiros no meio do percurso e depois da saída. A penúltima sala tem prateleiras com livros nos quais estão registrados os nomes dos que morreram na Segunda Guerra Mundial. Ainda há muitos livros em branco aguardando informações de famílias do mundo todo. Nosso guia não pôde entrar porque o Museu tem seus próprios guias. Tivemos uma hora para visita. Saímos do museu em direção ao kibutz Ramat Rachel onde almoçamos dois dias seguidos e cuja comida era cara e mediana: US$18 por pessoa, com tudo incluído, exceto bebida alcoólica. Israel é constituído de kibutz e moshavs. A diferença é que este paga imposto (renda) para o governo e aquele não. Por falar em imposto, embora não sejam cidadãos israelenses, os palestinos precisam pagar impostos ao Estado de Israel, o que nos pareceu bastante absurdo. 
Gruta da Natividade, com a estrela de 14 pontas, em Belém, onde Jesus Cristo nasceu
Local onde ficava a manjedoura que serviu de berço a Jesus Cristo
Em seguida, fomos ao Monte Sion (Zion) e à Igreja da Dormitação construída onde era a casa do apóstolo João na qual a Virgem Maria viveu os últimos onze anos de sua vida depois da crucificação de Jesus, atendendo ao pedido que Jesus fizera a seu discípulo para que cuidasse de sua mãe. A igreja é dos Beneditinos alemães. Depois fomos ao cenáculo onde houve a Santa Ceia. Lá, João Paulo II celebrou uma missa e doou uma oliveira de bronze. A igreja do cenáculo foi construída pelos cruzados no século XI, depois foi transformada em mesquita até 1948. Hoje, é de Israel e, embora o Vaticano a reivindique, não pertence a qualquer ordem religiosa porque os judeus acreditam que o túmulo de David está sob ela. Do ônibus, avistamos as muralhas de Jerusalém do século XVI e a porta de Damasco, a mais bela das portas de Jerusalém. No Monte Sião, visitamos a porta onde São Esteves foi apedrejado e que leva seu nome. Nela, ainda se encontram as marcas das balas da guerra dos seis dias. São Esteves foi o primeiro mártir do cristianismo. 

Igreja da Domitação construída sobre a casa de João onde, depois da crucificação de Jesus, a Virgem Maria viveu os últimos 11 anos de sua vida
A próxima parada foi no Horto de Getsêmani ao qual Jesus foi com Pedro, Thiago e João e onde ensinou a oração do Pai Nosso aos apóstolos. Lá, ainda há oito árvores da época de Jesus, o que foi comprovado por um teste com o carbono 14. A pedra da agonia sobre a qual Jesus chorou lágrimas de sangue antes de ser traído por Judas e aprisionado pelos judeus fica sob o altar. A igreja, denominada Basílica da Agonia ou Igreja de Todas as Nações, situa-se no Monte das Oliveiras do qual Jesus subiu ao céu. Dele, tem-se uma bela vista das muralhas de Jerusalém, da Mesquita de cúpula dourada e da porta dourada que tem esse nome porque fica dourada quando atingida pelo sol. Pertence à Ordem dos Franciscanos e foi concluída em 1920. 

Pedra da agonia que fica no altar da Basílica da Agonia. Sobre essa pedra Jesus chorou lágrimas de sangue antes de ser aprisionado pelos judeus
 
Fachada da Basílica da Agonia

No cemitério que fica do outro lado da rua, está enterrado sob um túmulo em forma de pirâmide Absalam, filho de David. Esse cemitério é o mais caro do mundo porque os judeus acreditam que, no dia do juízo final, os primeiros a serem salvos serão os que ali estiverem enterrados. A tradição judaica de colocar pedras sobre os túmulos remonta à época em que os judeus viviam no deserto do Sinai e precisavam usar pedras para preservarem os túmulos. Voltando ao hotel, fomos informados pelo guia que a gorjeta (propina, em espanhol, e tip, em inglês), opcional, era de US$3 para o motorista e US$4 para o guia por cada dia que estiveram conosco. Chegamos ao hotel às 16h50.

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