Todos os direitos reservados

Todo o conteúdo deste blog (incluindo textos e imagens) é de propriedade de sua autora e estão protegidos pela Lei de Direitos Autorais Nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e pelo Artigo 184 do Código Penal Brasileiro.
Mostrando postagens com marcador Miquerinos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Miquerinos. Mostrar todas as postagens

Cairo-Visita às pirâmides-Mênfis-Saqqar


16-12-2016
O café da manhã do hotel era ótimo e descobrimos que do décimo segundo andar era possível ver as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, mas a constante névoa que paira sobre a cidade nessa época, sobretudo pela manhã, atrapalha bastante a visibilidade. Saímos do hotel às 8h00 em direção às pirâmides. O transfer foi pontual, e o guia falava português. Aliás, o conhecimento histórico do guia Hassan era surpreendente. O guia nos explicou que o Egito teve 30 dinastias de faraós: a antiga, a média e a moderna. A primeira dinastia data de 3200 a.C. O Egito foi unificado várias vezes: a primeira em 3200 a.C.; e a segunda em 2100 a.C. Quéops, Quéfren e Miquerinos são da quarta dinastia egípcia. Quéops era o pai, Quéfren, o filho, e Miquerinos, o neto. A pirâmide de Quéops é de 2650 a.C. e levou 30 anos para ser construída, pois a expectativa de vida à época era de 40 anos. Mas, por ironia do destino, o faraó morreu quatro anos antes da conclusão de sua pirâmide e foi enterrado em sua terra natal, tal como seu primeiro filho. Quéops teve 14 filhos dos quais Quéfren foi o segundo. A chegada às pirâmides é impactante. A pirâmide de Quéops é a maior e mais antiga das três, tem seis milhões de blocos de pedra calcária, com peso médio de 2 toneladas cada, que foram trazidas de uma pedreira que fica a 18 km de distância, próxima à Fortaleza de Saladino que visitaríamos no dia seguinte. 

Pirâmides de Quéops e Quéfren
Originalmente, Quéops tinha em seu topo 9 metros de ouro maciço que foi roubado. Atualmente, tem 137 metros de altura. Cada uma de suas 4 bases tem 230 metros de cumprimento. Por dentro, é toda feita em granito trazido da pedreira de Aswan, que fica a 900 km de distância. Os blocos eram trazidos por canais artificiais de água abertos do Nilo até Giza especialmente para esse fim. Em 1957, acharam enterrado ao lado da pirâmide de Quéops um barco funerário de madeira de ébano, desmontado, que o rei Quéops usaria em sua outra vida. Aliás, essa era a razão pela qual os faraós eram enterrados com todos os seus pertences. Ao lado de Quéops há três pirâmides menores onde estão entradas suas três esposas. E atrás de Quéops ficam as mastabas (túmulos) de 12 de seus 14 filhos. A pirâmide de Miquerinos é a menor das três, mas nem por isso menos importante. Tem uma abertura em sua face principal que, somente em 14/04, dia do aniversário do faraó, ilumina o local da câmara mortuária, revelando o conhecimento que os egípcios tinham da astronomia. Aliás, as três pirâmide estão alinhadas à constelação de Orion. A pirâmide de Miquerinos tem 62 metros de altura. A Esfinge, cujo rosto é de Quéfren, foi construída por este para guardar o local. A Esfinge tem 22 m de altura e 73 m de comprimento. O nariz foi quebrado pelas flechas dos soldados de Napoleão, em 1798, e hoje o nariz está no Museu de Londres. Ao todo, há 123 pirâmides no Egito, e a última dinastia, que foi destruída por Alexandre, O Grande, data de 32 a.C.

A Esfinge, cujo rosto é do Faraó Quéfren
O guia ainda nos falou sobre a rainha Cleópatra que reinou em 56 a.C., e que, somente em 1550 a.C., os egípcios conseguiram chegar à mumificação perfeita. Uma prova de que os egípcios vinham tentando aperfeiçoar a técnica da mumificação há muito tempo são os pés mumificados de Zoser que hoje estão na faculdade de medicina do Cairo. A mumificação era buscada porque as quatro coisas mais importantes para um faraó eram: o corpo, a alma, a sombra e o nome. No último século antes de Cristo, durante a guerra entre Marco Antônio (imperador grego) e Júlio Cesar (imperador romano), foi queimada a Biblioteca de Alexandria onde estavam guardados documentos preciosos das dinastias dos faraós. O primeiro farol do mundo ficava no Egito e foi destruído no século 10 d.C.
Saindo das pirâmides, fomos a Mênfis onde há um pequeno museu cuja principal atração é uma enorme estátua do faraó Ramsés II, que viveu 99 anos e teve 156 filhos. 

Estátua de Ramsés II, no Museu de Mênfis
Mênfis era uma região onde se cultuava o deus da sombra, antípoda de Rá, o deus do sol; este o mais importante de todos. Em seguida, fomos à Necrópole de Saqqara onde visitamos a câmara mortuária do sumo sacerdote Ka-Gmni, do faraó Teti, bem como o interior da pirâmide desse faraó. A pirâmide de Teti pertence à sexta dinastia de 2840 a.C. Ainda em Saqqara, visitamos a ruína da antiga muralha que, originalmente, tinha 14 portas, sendo uma verdadeira e 13 falsas para enganar os beduínos. Lá, visitamos ainda a pirâmide mais antiga de todas, a do faraó Zoser que pertence à terceira dinastia egípcia e foi construída em 2630 a.C. Na verdade, essa pirâmide é constituída de mastabas (túmulos) sobrepostas umas às outras que acabaram por formar uma pirâmide. Almoçamos em um restaurante muito bom, próximo às pirâmides, fomos a uma loja de quadros feitos em papiro onde o vendedor nos demonstrou como eram produzidos e retornamos ao hotel para descansar. Os quadros dessa loja têm uma peculiaridade interessante: no escuro, revelam uma imagem fosforescente que fica sob a pintura pigmentada e que é diferente desta. Voltando ao hotel, vimos vários carros com noivas, porque sexta-feira à noite é o dia preferido das noivas egípcias. Importante: fazer os passeios com um guia é fundamental, pois, além de fornecer informações históricas preciosas, ele impede que as dezenas de guias avulsos e vendedores de souvenirs incomodem e explorem o turista além da conta. Além disso, em todos os locais visitados guaritas com policiais armados controlando a entrada e a saída de vans e ônibus de turismo, para garantir a segurança do local.

Dubai - Cairo



15-12-2016
O transfer nos deixou no aeroporto às 06h00. Depois de 3h33, com meia hora de atraso, chegamos ao Cairo onde a temperatura era de 17 graus Celsius. No Cairo, são duas horas a menos que Dubai. O guia que nos esperava no aeroporto falava espanhol. No próprio aeroporto, compramos os vistos em uma casa de câmbio, por 25 dólares cada. Depois de comprados, os vistos são colados nos passaportes antes da passagem pela imigração. A diferença de Dubai para o Cairo é abissal, o que se percebe já na chegada ao aeroporto onde não há nem sequer detetor de metais. O Egito é um país bem pobre, com cerca de 92 milhões de habitantes, dos quais 18 milhões vivem na capital. Sua economia baseia-se no Canal de Suez, no turismo e na agricultura, exatamente nessa ordem. Para desafogar a cidade do Cairo está sendo construída a nova Cairo. As edificações são pintadas de cores que variam do creme ao vermelho, para disfarçar a sujeira promovida pelas tempestades de areia. O trânsito é totalmente caótico, e os motoristas não respeitam quaisquer regras de trânsito - se é que existem, pois chegam a andar na contramão - e buzinam o tempo todo. Cabe aqui um parêntese: o transporte coletivo é feito por miniônibus e cômbis, estas geralmente em condições precaríssimas, com as portas abertas e sem qualquer segurança. Os tuc-tucs também são comuns. Disse o guia que os tuc-tucs não podiam transitar nas avenidas principais, mas, pelo que observamos, eles não respeitam essa regra. Com exceção da região das embaixadas, dos hotéis, de Heliópolis (onde fica a bela academia militar e o estádio) e da Old City, o Cairo não é uma cidade bonita, pois tem muitas construções degradas, fruto da pobreza da população, e muita sujeira espalhada pelas ruas, riachos e sob os viadutos. 

Cômbis, na Avenida Al Haram
O aeroporto ficava bem distante do hotel onde nos hospedamos - o Barceló Pyramids Hotel, que fica em Giza, a cidade das pirâmides. O que separa Cairo de Giza (ou Gizé) é o Rio Nilo. O hotel é bem suntuoso, mas seu entorno é feio e muito distante do centro da capital. Ao contrário do aeroporto, na entrada do hotel havia detetor de metais, assim como na entrada da maioria dos locais públicos, como bancos, shoppings centers, supermercados. Como o Wi-Fi era pago (120 libras egípcias por dia, o que equivalia a 24 reais, já que 1 dólar equivalia a 18 libras egípcias), compramos, na loja de celulares mais próxima (Raya), um pacote de dados de 7 GB por 118 libras ou US$6,56. Outra opção seria usar os dois computadores com conexão à internet existentes no lobby do hotel. Importante: todos os prestadores de serviços (motoristas de van, guias turísticos, carregadores de malas etc.) pedem gorjeta; por isso,  leve várias notas de 1 e 5 dólares. Além de protetor solar e labial, não se esqueça de levar lenços umedecidos, porque, nos banheiros públicos, incluindo os de shoppings centers, é comum não haver papel higiênico. As mulheres usam calças compridas e sandálias de dedo, mas mantêm os cabelos, o colo e os braços permanentemente cobertos. E as adolescentes gostam de tirar fotos com mulheres ocidentais. Vimos várias mulheres de burca e só com os olhos de fora, embora fossem a minoria.  Por isso, levar véu para cobrir a cabeça em locais específicos é fundamental. Aliás, segundo nosso guia, as muçulmanas usam véu por influência da Virgem Maria que os muçulmanos consideram a mulher mais pura que já existiu. Outra dica: a entrada das pirâmides deve ser paga na moeda local, pois não se aceitam dólares. Depois de deixarmos as malas no quarto, fomos dar um passeio a pé pela Avenida Al Haram (localizada em frente ao hotel), trocar dinheiro no banco ADIB e comprar algumas coisas no Carrefour do Zizinia Mall. Nos países muçulmanos, não se vendem bebidas alcoólicas, encontradas apenas em hotéis e restaurantes frequentados por turistas. Como o transfer nos buscaria às 08h do dia seguinte, jantamos no hotel mesmo.

.

Postagem em destaque

Jerusalém-Belém-Jerusalém

24-12-2016 A primeira parada do dia foi em Belém (ou Bethlehem), que fica na Cisjordânia. Belém significa carne, em árabe, e pão, e...

Postagens mais visitadas