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Israel-Jordânia-Jarash-Amã

25-12-2016
Dia chuvoso, com 4 graus. O motorista que nos levaria a Jordânia chegou às 8h45,  o que nos deixou um pouco apreensivos, já que, até então, o traslado não havia atrasado. Para os judeus, o dia 25 de dezembro é um dia normal de trabalho. No caminho à fronteira com a Jordânia, vimos vários acampamentos de beduínos que vivem em barracos feitos de lona plástica, folhas de alumínio e madeira e criam rebenhos de cabras e ovelhas. Alguns ainda vivem em cavernas em frente das quais estacionam seus carros. Os beduínos são muito hospitaleiros. Quando alguém vai à casa de um beduíno, deve aceitar a xícara de café que lhe é oferecida, senão a recusa é considerada uma ofensa. Ao ser devolvida, se o visitante não quiser mais café, deve devolver a xícara fazendo um pequeno movimento com o punho para a direita e para a esquerda, senão o anfitrião servirá a bebida novamente. Além disso, somente no terceiro dia da chegada do visitante, o beduíno perguntar-lhe-á por que ele foi à sua casa, antes não. 
Às 10h15 passamos por uma espécie de check-point onde nos alertou o motorista que era proibido tirar fotos. Durante a parada, dois guardas armados fizeram uma rápida revista no ônibus, mas não nos passageiros. Em seguida, paramos em uma lanchonete de beira de estrada para lanche e banheiro, já que o almoço seria por volta das 15h00. Aliás, os banheiros eram bastante precários, mas tinham papel higiênico, o que nem sempre ocorre, daí a necessiade de se levar toalhas umidecidas. Durante a viagem, trocamos os shekels que nos restavam com o motorista, pois, na Jordânia, eles não são aceitos. Embora a taxa cobrada pelo motorista tenha sido pior do que a dos bancos (3,80 por dólar, em Jerusalém, e 4,20 por dólar, com o motorista), foi melhor do que a que conseguiríamos na fronteira (mais de 5 shekels por dólar). Por isso, é melhor pagar a taxa de fronteira com cartão de crédito. Aliás, na fronteira entre os dois países, tivemos de pagar US$207,00 (no cartão de crédito) pela taxa de fronteira, que é cobrada por Israel. Os vistos jordanianos não precisaram ser pagos, porque, para incrementar o turismo, a Jordânia não os estava cobrando. Na fronteira, há um Duty Free, banheiros e um local onde, mediante apresentação das notas e dos produtos comprados em Israel, pode-se pedir o reembolso de 16% do IVA. 

Fronteira entre Israel e Jordânia
Sob uma forte chuva, embarcamos no ônibus que nos levaria a um terceiro ônibus no qual estava o guia jordaniano que nos levaria ao primeiro tour do dia e a Amã. Durante o embarque, um policial verificou os passaportes dos passageiros. O valor da passagem desse segundo ônibus era 5 shekels ou US$2,00 por pessoa. Esse segundo ônibus parou duas vezes: primeiro, para que um policial entrasse e, novamente, verificasse os passaportes; depois, para que passássemos pela imigração da Jordânia onde puseram três carimbos e uma etiqueta em nossos passaportes (essa etiqueta pode ser retirada do passaporte depois que se sair do país). Antes de nos dirigirmos à imigração, deixamos nossas malas sob um pátio coberto sem qualquer vigilância. Já com os passaportes carimbados e etiquetados, voltamos ao pátio coberto e levamos as bagagens a um detetor de metal antes de embarcarmos no terceiro e último ônibus do dia. Um de nós dois teve a mala revirada e revistada, antes de ser liberado. O guia que nos estava esperando também falava espanhol, e o ônibus era um micro-ônibus com Wi-Fi e aquecimento interno, pois nosso grupo atual tinha apenas 10 pessoas. Finalmente, começamos o tour do dia. Durante todo o percurso choveu muito, e o guia, que se chamava Fernando (ou Feras), deu várias informações sobre o país. 
A Jordânia tem 9 milhões de habitantes dos quais 40 mil são beduínos. Atualmente, há 1,5 milhão de refugiados sírios no país. Houve quatro levas de refugiados: uma de palestinos fugidos de Israel, em 1948; outra de palestinos durante a guerra dos seis dias, em 1967; uma terceira de iraquianos e kwaitianos, em 1990; e a última de sírios de 2011 a 2016. A Jordânia é governada por reis desde 1921; a moeda é o dinar (1 dinar vale 1,50 dólares), mas nos locais turísticos e hotéis aceitam-se dólares. O guia também nos informou que trocar dólares por dinares em hotéis é tão ruim quanto fazê-lo na fronteira. A universidade mais antiga do país é de 1962 – Universidade da Jordânia, com 40 mil alunos. Há universidades privadas e públicas, mas estas são melhores porque exigem que os ingressantes tenham notas altas (ex.: 96 pontos para entrar em Medicina). Desde 1994, quando Jordânia e Israel firmaram um acordo de paz, o turismo vem crescendo no país. Na guerra dos seis dias de 1967, a Jordânia perdeu Jerusalém para Israel; a Síria perdeu as Colinas de Golan; o Líbano perdeu a região Sul do país; e o Egito perdeu o Sinai. Depois disso, além da Jordânia, somente o Egito firmou acordo de paz com Israel. O serviço militar não é obrigatório no país. Como os militares têm muitos privilégios, é difícil ingressar na carreira militar, só se conseguindo o ingresso por meio de indicação que nosso guia denominava de "vitamina". Por ser um país muçulmano, as bebidas alcoólicas são extremamente caras. Os jordanianos consomem comida halal. A comida típica do país é arroz com amêndoas e carne de cordeiro ou frango. Tal como os judeus, eles não comem carne de porco, comem sete tâmaras no café da manhã (as tâmaras devem ser comidas sempre em número ímpar, para que se convertam em minerais e não em açúcar) e bebem café preparado à moda turca, que é muito forte e vem com borra no fundo da xícara. Os dias sagrados são sexta e sábado, e o domingo é o primeiro dia de trabalho da semana. 
Na verdade, Jesus foi batizado em Betânia, que fica no lado jordaniano do rio Jordão. Durante três dias, Jesus andou pelas margens jordanianas do Lago de Tibérias onde libertou dois homens do demônio que os possuía, transformando este em dois cerdos. No país, há cerca de 100 locais bíblicos, incluindo a tumba de Set, terceiro filho de Abraão. Segundo nos explicou o guia, árabes, hebreus, turcos e curdos são descendentes de Sem, um dos três filhos sobreviventes de Noé. 
Chegamos a Jerash (ou Jarash), ainda com chuva, às 14h00. Jerash fica ao Norte do país, a 45 km de Amã. É uma das Decápoles Romanas que iam de Damasco a Philadelphia, para desenvolver o comércio na época. Antes de irmos às ruínas, paramos para almoçar no restaurante Artemis onde havia um bufê self-service que incluía fruta e sobremesa, mas não as bebidas, por US$15,00 por pessoa. O melhor foi o pão (tandoor) que, além de ser cortesia da casa, era muito gostoso. 
Jerash (ou Jarash) foi uma grata surpresa. Suas ruínas são magníficas! Foi construída no século II a.C. e conquistada por Pompeu, em 63 a.C. Parte de suas ruínas foi destruída por um terromoto, em 1927, mas, mesmo assim, é linda. Nem a chuva, que se intensificou no final do passeio, e o frio de 7 graus conseguiram tirar a alegria de passear por suas ruínas. Havia mais de 20 colunas ao longo da Rua Cardo (que significa coração), que era a principal rua do comércio. Os 800 metros da Rua Cardo ligam a Praça Oval ao Portão Norte. O guia demonstrou muito conhecimento. Era formado em Ciências Políticas, História e Turismo, na Universidade da Jordânia. Chegamos a Amã já noite e sob forte chuva, por isso, o city tour ficou para o dia seguinte, quando seguiríamos para Petra.

Teatro Sul, em Jerash
Decápole romana de Jarash, Jordânia
Rua do Cardo, na decápole romana de Jarash, Jordânia

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