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Cairo-Visita à Mesquita de Alabastro-Fortaleza de Saladino-Museu do Egito-Bairro Copta-Mercado


17-12-2016
O primeiro passeio do dia foi à Fortaleza de Saladino dentro da qual fica a Mesquita de Alabastro, também conhecida como Mesquita Azul, Mesquita Turca e Mesquita de Mohamed Ali. Saladino foi um sírio que unificou os exércitos àrabes para recuperar dos Cruzados a fortaleza de Jerusalém. A Fortaleza do Cairo data do século XII. Saladino construiu 22 fortalezas. No Egito, uma está no Cairo e outra em Taba, na fronteira com Israel. Saladino não está enterrado no Egito, e sim na Síria. A Mesquita de Alabastro foi construída em 1820. O arquiteto que a projetou é o mesmo que projetou a famosa mesquita de Istambul. Hoje, ela é apenas para visitação e não para oração. Para entrar, é preciso tirar os sapatos ou calçar sapatilhas de plástico sobre eles, vendidas no local a 5 libras o par. A Mesquita tem a parte inferior de alabastro e a superior de pedra calcária, a mesma usada nas pirâmides. O alabastro veio de Luxor onde ficam o Vale das Rainhas e o Vale dos Reis, no qual está enterrado Tutankamon. Toda Mesquita tem uma espécie de púlpito (membar) de cima do qual falava o rei e o Iman. Também tem um nicho para indicar a direção de Meca e orientar as orações dos fiéis. A máxima decoração da Mesquita é constituída de frases retiradas do Alcorão, lidas da esquerda para a direita. A língua árabe e hebraica, também escrita e lida da esquerda para a direito, são do mesmo tronco linguístico, e o alfabeto árabe tem 28 letras.

Mesquita de Alabastro, na Fortaleza de Saladino
Mohamed Ali, cujo palácio fica no interior da Fortaleza de Saladino, foi rei do Egito, Sudão e Palestina. Governou entre 1805 e 1840, morrendo em 1848. Está enterrado dentro da Mesquita de Alabastro. Dentro da Fortaleza, o rei construiu o Palácio Perla onde viveu com sua esposa de mesmo nome. A meia lua que fica no topo dos minaretes da mesquita representa o calendário muçulmano, e a estrela, a monarquia turca no Egito. No pátio interno da Mesquita, há uma torre de bronze com quatro relógios que nunca funcionaram. Essa torre foi presenteada pela França em troca do obelisco egípcio que fica na Praça da Concórdia. O calendário egípcio é lunar e solar. Pelo calendário egípcio moderno, os egípcios estão no ano de 1438 e, pelo calendário egípcio antigo, eles estão no ano de seis mil duzentos e poucos anos. O marco zero é a migração do Profeta Maomé de Meca para Medina que se deu em 625 d.C. Já o marco zero do calendário copta é a chegada ao Egito de São Marcos, que viveu no país de 60 a 68 d.C., quando foi assassinato pelos romanos, na cidade de Alexandria. Aliás, São Marcos foi o primeiro a pregar o Cristianismo entre o povo egípcio. Saindo da Fortaleza, passamos ao lado do aqueduto construído por Saladino para trazer água do Nilo até a fortaleza. Os egípcios antigos foram os primeiros a fazerem aquedutos. 
Nossa próxima parada foi no Museu Egípcio, onde há muito o que ver. Vimos a réplica da Pedra da Roseta cujo original está no Museu de Londres. Essa pedra é grafada em hieróglifo, demótico (hieróglifo antigo) e grego. Em 1798, ela foi achada na cidade de Roseta pelo francês Jean-François Champollipon que, em 1822, decifrou as 14 letras dos nomes de Cleópatra e Pitolomeu V e com isso  conseguiu decifrar a escrita hieroglífica, já que o conteúdo das inscrições dos três textos era o mesmo. As inscrições da pedra datam de 186 a.C. Hieróglifo significa escrita do povo, e demótico, escrita sagrada. 

Pedra de Roseta que, em 1822, possibilitou que Jean-François Champollion decifrasse a escrita hieroglífica
Vimos também a estátua de Quéfren que foi encontrada enterrada ao lado da esfinge. Essa estátua foi feita de diorita, a pedra mais dura de uma época em que não havia nem ferro, nem diamante. Por isso, essa estátua representa um grande mistério, pois até hoje não se sabe como ela foi esculpida em pleno 2600 a.C. 

Estátua feita em diorita, com o rosto de Quéfren
Vimos, ainda, a estátua e a múmia da única faraó mulher que reinou no Egito de 1350 a 1370 a.C., Hatshep-sut. Ela gostava de ser representada como homem, por isso as esculturas ou pinturas que a representavam eram pintadas com tinta vermelha, usada para homens, e não branca, usada para mulheres. Sua época foi de esplendor: não houve guerras, e muitos animais e plantas foram trazidas de outros países para o Egito. Outra atração inesquecível são as estátuas e o que sobrou do sarcófago do faraó Akenaton. Esse faraó foi polêmico porque rompeu com a religião egípcia tradicional e centralizou todos os deuses em si mesmo. Como os sacerdotes não concordaram com isso, ele fundou sua própria cidade. Governou por 20 anos e, ao morrer, seu filho Tutankamon o sucedeu, e a religião tradicional voltou a vigorar. Como castigo, os sacerdotes retiraram de seu sarcófago parte do rosto, seu nome e a metade inferior. Assim, os sacerdotes acreditavam que Akenaton não obteria a eternidade. Pagando-se mais 100 libras por pessoa, pode-se visitar as múmias de Ramsés II, da faraó Hatshep-sut e a primeira de todas as múmias, dentre outras. O tesouro de Tutankamon também está lá. É preciosíssimo e foi descoberto intacto e casualmente por um norte-americano, em 1922. Na parede atrás da qual estava guardado seu tesouro, estava escrito "A morte é para todos os que não deixam o rei descansar em paz". E, de fato, muitos dos trabalhadores que quebraram a parede para acessar a câmara mortuária morreram dias depois. Tutankamon, que morreu aos 18 anos, está enterrado no Vale dos Reis, em Luxor. 

Estátua com detalhes em ouro do Faraó Tutankamon, no Museu Egípcio
Saindo do Museu Egípcio, por indicação do guia, almoçamos em um restaurante com bufê completo de cuja comida não gostamos muito. O esquema foi o mesmo: pagamos ao próprio guia US$15 por pessoa pelo almoço, com bebidas à parte e pagas ao restaurante. 
Após o almoço, fomos ao Bairro Copta conhecer a cripta onde a Família Sagrada ficou escondida dos soldados de Herodes por três meses antes de retornar a Israel. Todo dia primeiro de junho os egípcios celebram a chegada de Jesus ao Egito, quando tinha apenas seis meses de vida. Ao todo, Jesus, Maria e José ficaram três anos e nove meses fora de Israel. Hoje, a cripta onde se esconderam fica sob a Igreja de São Sérgio, construída por ordem de Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, em 373 d.C., ano em que uma parte do povo egípcio se converteu ao Cristianismo. Foi emocionante ver as pedras sobre as quais pisaram os pés de Maria e José e ver o nicho onde possivelmente dormiu Jesus quando tinha entre seis e nove meses. A Igreja de São Sérgio foi construída em madeira e pedra. Já foi restaurada três vezes: a primeira, em 2001, a segunda, em 2005, e a terceira, em 2016. O Bairro Copta data de 641 d.C., quando os árabes chegaram ao Egito. Lá, há outras igrejas cristãs como, por exemplo, a de São Jorge. O Papa da Igreja Marquesa (ou Igreja de São Marcos) vive em Alexandria. 

Gruta onde a Família Sagrada morou durante três meses, no subsolo da Igreja de São Sérgio do Bairro Copta
Depois do Bairro Copta, fomos a uma loja de essências (Royal Perfumes Palace) onde nos explicaram para que servia cada uma das essências que experimentamos: menta e eucalipto para as vias respiratórias; lavanda para acalmar; sândalo para dores nas articulações etc. Tal como a loja de papiro do dia anterior, o objetivo desse tipo de parada é comercial. Particularmente, preferiríamos aproveitar o tempo visitando as outras igrejas ou o Museu do Bairro Copta que não tivemos tempo de ver. O último passeio do dia foi o Mercado Khan Elkhalili (= O Mercado do Khalili) que tem 5000 lojinhas e fica entre duas mesquitas importantes. Aliás, segundo o nosso guia, no ano 1000 d.C., Cairo era conhecida como a cidade dos mil minaretes e até hoje é a cidade com mais mesquitas no mundo. Nos cafés, os habitantes e turistas fumam o narguilé pelo qual pagam entre 20 e 40 libras.

Uma das duas mesquitas do Mercado Khan Elkhalili
Gostamos muito do Egito histórico e só temos elogios para os guias - Ahmed e Hassan - e para o motorista que tão bem nos atenderam. Agradecemos especialmente a Hassan que, falando muito bem o português, partilhou seu vasto conhecimento histórico conosco.

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