16-12-2016
O
café da manhã do hotel era ótimo e descobrimos que do décimo segundo andar era
possível ver as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, mas a constante
névoa que paira sobre a cidade nessa época, sobretudo pela manhã, atrapalha bastante a
visibilidade. Saímos do hotel às 8h00 em direção às pirâmides. O transfer
foi pontual, e o guia falava português. Aliás, o conhecimento histórico do
guia Hassan era surpreendente. O guia nos explicou que o Egito teve 30
dinastias de faraós: a antiga, a média e a moderna. A primeira dinastia data de
3200 a.C. O Egito foi unificado várias vezes: a primeira em 3200 a.C.; e a
segunda em 2100 a.C. Quéops, Quéfren e Miquerinos são da quarta dinastia
egípcia. Quéops era o pai, Quéfren, o filho, e Miquerinos, o neto. A pirâmide
de Quéops é de 2650 a.C. e levou 30 anos para ser construída, pois a
expectativa de vida à época era de 40 anos. Mas, por ironia do destino, o faraó
morreu quatro anos antes da conclusão de sua pirâmide e foi enterrado em sua
terra natal, tal como seu primeiro filho. Quéops teve 14 filhos dos quais
Quéfren foi o segundo. A chegada às pirâmides é impactante. A pirâmide de
Quéops é a maior e mais antiga das três, tem seis milhões de blocos de pedra
calcária, com peso médio de 2 toneladas cada, que foram trazidas de uma
pedreira que fica a 18 km de distância, próxima à Fortaleza de Saladino que visitaríamos no dia seguinte.
Originalmente, Quéops tinha em seu topo
9 metros de ouro maciço que foi roubado. Atualmente, tem 137 metros de altura.
Cada uma de suas 4 bases tem 230 metros de cumprimento. Por dentro, é toda
feita em granito trazido da pedreira de Aswan, que fica a 900 km de distância.
Os blocos eram trazidos por canais artificiais de água abertos do Nilo até Giza
especialmente para esse fim. Em 1957, acharam enterrado ao lado da pirâmide de
Quéops um barco funerário de madeira de ébano, desmontado, que o rei Quéops
usaria em sua outra vida. Aliás, essa era a razão pela qual os faraós eram
enterrados com todos os seus pertences. Ao lado de Quéops há três pirâmides
menores onde estão entradas suas três esposas. E atrás de Quéops ficam as
mastabas (túmulos) de 12 de seus 14 filhos. A pirâmide de Miquerinos é a menor
das três, mas nem por isso menos importante. Tem uma abertura em sua face
principal que, somente em 14/04, dia do aniversário do faraó, ilumina o local
da câmara mortuária, revelando o conhecimento que os egípcios tinham da
astronomia. Aliás, as três pirâmide estão alinhadas à constelação de Orion. A
pirâmide de Miquerinos tem 62 metros de altura. A Esfinge, cujo rosto é de
Quéfren, foi construída por este para guardar o local. A Esfinge tem 22 m de
altura e 73 m de comprimento. O nariz foi quebrado pelas flechas dos soldados
de Napoleão, em 1798, e hoje o nariz está no Museu de Londres. Ao todo,
há 123 pirâmides no Egito, e a última dinastia, que foi destruída por
Alexandre, O Grande, data de 32 a.C.
O guia ainda nos falou sobre a rainha Cleópatra que reinou em 56 a.C., e que, somente em 1550 a.C., os egípcios conseguiram chegar à
mumificação perfeita. Uma prova de que os egípcios vinham tentando aperfeiçoar
a técnica da mumificação há muito tempo são os pés mumificados de Zoser que
hoje estão na faculdade de medicina do Cairo. A mumificação era buscada porque
as quatro coisas mais importantes para um faraó eram: o corpo, a alma, a sombra
e o nome. No último século antes de Cristo, durante a guerra entre Marco
Antônio (imperador grego) e Júlio Cesar (imperador romano), foi queimada
a Biblioteca de Alexandria onde estavam guardados documentos preciosos das dinastias
dos faraós. O primeiro farol do mundo ficava no Egito e foi destruído no século
10 d.C.
Saindo das pirâmides, fomos a Mênfis onde há um
pequeno museu cuja principal atração é uma enorme estátua do faraó Ramsés II,
que viveu 99 anos e teve 156 filhos. Pirâmides de Quéops e Quéfren |
A Esfinge, cujo rosto é do Faraó Quéfren |
Estátua de Ramsés II, no Museu de Mênfis |