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Deserto da Judeia - Massada - Mar Morto



19-12-2016
Tel-Aviv significa Colina da Primavera. A cidade existe desde 1909 e tem 650 mil habitantes (Israel tem 8,2 milhões de habitantes, e a Palestina, 4 milhões). O território de Israel tem 500 km de extensão por 130 km de largura. De 1917 a 1948, Tel-Aviv pertenceu aos ingleses. Já a Palestina é a região que pertenceu ao Império Turco Otomano por 400 anos. Todas as embaixadas e o Ministério de Defesa estão em Tel-Aviv, e os consulados e os demais Ministérios estão na capital Jerusalém. 
Nesse dia, saímos da frente do hotel Dan Panorama. Esse hotel fica em frente a um belo calçadão de uma bonita praia. Pegamos a estrada em direção ao deserto da Judeia que fica 800 km acima do mar, enquanto o Mar Morto fica a 400 km abaixo do mar. No deserto da Judeia ainda vivem beduínos (há 186 mil no país). É um deserto diferente porque em vez de areia é formado por pedras. Os pergaminhos do Mar Morto foram achados nas cavernas do deserto habitadas pelos essênios. Acredita-se que, nos cerca de dezoito anos em que Jesus desapareceu, teria vivido entre os essênios, pois os pergaminhos falavam do Velho Testamento e antecipavam coisas do Novo Testamento. Por isso, para os estudiosos, a origem do Cristianismo é a seita dos essênios que viviam ao lado do Morto. 
Durante o passeio, o guia contou a história da guerra da Independência de Israel, conhecida como a Guerra dos Seis Dias, quando, em 1967, 600 mil judeus lutaram e venceram seis estados árabes que se recusaram a aceitar o acordo da divisão do país entre árabes e judeus sugerido pelo brasileiro Oswaldo Aranha. 93% das terras do país são do governo, e as construções recebem uma permissão (espécie de leasing) de 99 anos. Essa lei é da época dos turcos. Israel não tem energia nuclear, mas apenas um centro de pesquisa em Dimona. Sua energia é comprada do Iran, México, Venezuela e Egito, mas, recentemente, foi descoberto gás no Mar Mediterrâneo. Por isso, a gasolina é bem cara, custando o equivalente a sete reais o litro. A economia do país é constituída de segurança, para defender o Estado, além de diamantes extraídos da África, do turismo e da agricultura. As árvores frutíferas mais comuns são figueiras, laranjeiras, tamareiras, mangueiras, árvores de romãs  e oliveiras. Israel desenvolve tecnologia de ponta. O Waze, por exemplo, foi desenvolvido no país e vendido ao Google por 3 milhões de dólares. 
No ida a Massada, passamos pela cidade de Modehin, em construção desde 1998, por determinação de Yitzhak Rabin, e projetada para ter 200 mil habitantes, dos quais 85 mil já moram lá. A cidade é toda planejada. Os fios são subterrâneos para que a cidade se pareça às cidades antigas. Também passamos pela Cisjordânia e atravessamos a cidade de Beit Hanina cujas habitações eram muito semelhantes às de Modehin. Ao longo da estrada, havia um muro com câmeras para impedir a entrada de imigrantes palestinos os quais, entre 2000 e 2005, trabalhavam em Israel, mas agora não mais. Passamos por Ramallah, cidade de José de Arimateia que cedeu seu túmulo para que Jesus pudesse nele ser sepultado. Também passamos pela cidade de Jericó, a mais antiga do mundo e onde fica o Monte das Tentações que, infelizmente, nesse dia, só avistamos da estrada. Lá, foi construído um mosteiro por cristãos gregos ortodoxos. O Mar Morto, assim chamado porque tem 34% de salinidade contra 3% nos demais, evapora 1 km por ano. Na verdade, não é um mar, mas sim um lago de 60 x 20 km, com 400 metros de profundidade. Por isso, existe um projeto para regenerá-lo interligando-o ao Mar Mediterrâneo e ao Mar Vermelho. O projeto, porém, não é implementado porque isso prejudicaria as indústrias que se utilizam de seus minerais, sobretudo de seu magnézio, como a indústria de fertilizantes.
Antes de chegarmos a Massada, vimos vários Ibeks, animal típico da região, e paramos 30 minutos em uma fábrica de cosmético feitos com a água, os minerais e a lama do Mar Morto. A fábrica se chama Ahava, que em hebraico significa amor. A empresa exporta seus produtos para o mundo todo e fatura 198 milhões de dálares por ano. Passamos, ainda, por um kibbutz chamado En Gedi onde antes ficava um oásis de Herodes no qual se fazia um perfume muito cobiçado pela rainha egípcia Cleópatra. 

Ibeks que vivem na região do Mar Morto
A Fortaleza de Massada foi uma fortaleza construída por Herodes, O Grande, que nunca chegou a usá-la. É chamado O Grande porque foi um grande construtor. Herodes reinou por 33 anos, de 37 a 4 a.C. Massada tinha 37 torres de guarda e foi tomada por 8000 soldados romanos em 62 a.C. Mas, na noite anterior à invasão dos soldados romanos, os homens da cidade se reuniram na sinagoga da fortaleza e decidiram que o melhor seria degolar suas famílias e se suicidarem em seguida para não serem escravizados pelos romanos que já estavam prontos para invadir o local na manhã seguinte. As ruínas têm uma peculiaridade interessante: apresentam uma linha preta que separa o que é original do que foi restaurado, como se vê nesta foto:

Ruínas a Sinagoga de Massada onde os homens da cidade tomaram a trágica resolução
Ruínas da Biblioteca do Palácio de Herodes, em Massada
Depois da visita à fortaleza, à qual se sobe por meio de um teleférico, semelhante ao que leva ao Morro do Pão de Açúcar, almoçamos em um restaurante self-service que fica à direita de quem entra em Massada. Saindo de Massada, à direita, avistamos o morro de Sodoma no qual não encontraram qualquer objeto que indicasse ter existido alguma civilização ali. Na volta, paramos na praia de Neve Midbar Beach para um banho no mar morto. 

Rampa que dá acesso à Neve Midbar Beach
No entanto, antes de chegarmos à praia, o guia nos deu três recomendações: que não usássemos prata no mar para não escurecê-las; que não deixássemos entrar água nos olhos nem na boca e que, ao boiar, não virássemos de barriga para baixo, pois, devido à alta concentração de minerais, nem sempre o banhista consegue desvirar seu corpo com facilidade, podendo vir a se afogar. Para os banhistas, há duchas na praia e nos banheiros. Como era inverno, a praia não estava bonita, e as águas do mar estavam muito frias. Mesmo assim, alguns se aventuraram a nadar e a passar a lama pelo corpo. Retornamos às 16h30 para Tel-Aviv.

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